terça-feira, 27 de outubro de 2015

TEXTO DA SEMANA...O Medo De Nós Próprios..






Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expessão a cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época medieval e regressaríamos ao ideal helénico, possivelmente até a algo mais depurado e mais rico do que o ideal helénico. Mas o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo. 

Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray' 


VENCEDORES DO VII CONCURSO DE LEITURA EXPRESSIVA DE PORTUGUÊS...




VENCEDORES DO VII CONCURSO DE LEITURA EXPRESSIVA EM INGLÊS..




terça-feira, 13 de outubro de 2015

Texto da semana....Somos Uma Nação Que Se Regenera






Que somos nós hoje? Uma nação que tende a regenerar-se: diremos mais: que se regenera. Regenera-se, porque se repreende a si própria; porque se revolve no lodaçal onde dormia tranquila; porque se irrita da sua decadência, e já não sorri sem vergonha ao insultar de estranhos; porque principia, enfim, a reconhecer que o trabalho não desonra, e vai esquecendo as visagens senhoris de fidalga. Deixai passar essas paixões pequenas e más que combatem na arena política, deixai flutuar à luz do sol na superfície da sociedade esses corações cancerosos que aí vedes; deixai erguerem-se, tombar, despedaçarem-se essas vagas encontradas e confusas das opiniões! Tudo isto acontece quando se agita o oceano; e o mar do povo agita-se debaixo da sua superfície. O sargaço imundo, a escuma fétida e turva hão-de desparecer. Um dia o oceano popular será grandioso, puro e sereno como saiu das mãos de Deus. A tempestade é a precusora da bonança. O lago asfaltite, o Mar Morto, esse é que não tem procelas. O nosso estrebuchar, muitas veze colérico, muitas mais mentecapto e ridículo, prova que a Europa se enganava quando cria que esta nobre terra do último ocidente era o cemitério de uma nação cadáver. Vivemos: e ainda que semelhante viver seja o delírio febril de moribundo, esta situação violenta, aos olhos dos que sabem ver, é uma crise de salvação, posto que dolorosa, e lenta. Confiemos e esperemos: o nome português não foi riscado do livro dos eternos destinos. Alexandre Herculano, in "Duas Épocas e Dois Monumentos (Questões Públicas - 1843)"

Música da semana...Ballad of the Absent Mare - Leonard Cohen..


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Concurso Leitura Expressiva VII

Aproxima-se o Concurso de Leitura Expressiva VII, que terá lugar nos dias 26(Português), 27(Francês) e 28(Inglês) de outubro, subordinado ao tema: A FELICIDADE.

Estamos certos de que viveremos excelentes momentos de leitura de qualidade nas 3(três) línguas que se estudam no nosso Agrupamento, pelos alunos dos 3(três) ciclos de ensino.


Os documentos oficiais são: Regulamento do concurso CLE - Concurso de leitura Expressiva e Ficha de inscrição do CLE. Estes documentos digitais encontram-se aqui - Descarrega Regulamento CLE e descarrega Ficha de inscrição CLE.



quarta-feira, 7 de outubro de 2015




AGENDA - ATIVIDADES DO MÊS DE OUTUBRO

                   - Formação de utilizadores
                            - Concurso de leitura expressiva 
  - O livro do mês
                          - Ler no jardim- famílias leitoras









Parabéns aos vencedores!!!


Livro do mês....


                                                                





                                                                Sam McBratney -Biografia


Nasceu na Irlanda, onde vive com a sua família.
Durante muitos anos foi professor e foi nesta altura que começou a escrever para ajudar os seus alunos na leitura. Contudo, continuou a escrever, segundo ele próprio, por uma razão mais pessoal, porque  “ o ato de imaginar fazia-me sentir bem”.
Afirma que quando escreve uma história infantil tenta pensar no que as crianças gostariam, mas também já escreveu para adultos.
Sam McBratney publicou dezenas de livros, mas aquele pelo qual ele é mais conhecido é o livro nº 57, que agora é um clássico, intitulado: “ Adivinha  Quanto Eu Gosto de Ti”. 

 A história da Pequena Lebra Castanha e da Grande Lebre Castanha passou a vender mais de 28 milhões de cópias em todo o mundo,  em 50 línguas.








A Pequena Lebre Castanha adora brincar ao vento do Outono - especialmente quando ele lhe traz uma grande surpresa.

Dos criadores de Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti, quatro histórias encantadoras, perfeitas para partilhar com os seus filhos!

                         


Desafio:

                     Imagina que havia mesmo um monstro na caixa castanha.
                    Desenha-o.




























                










Nota: o melhor desenho será recompensado.




Texto da semana...Escrever é Esquecer..de Fernando Pessoa..








Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.


 Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

Queda do Muro de Berlim ... fez 25 anos