quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Fotos de Artur Pastor--retratos de Portugal antigo - anos 40 50 e 60.

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Eu Nunca Guardei Rebanhos.....momento de poesia..

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foto de Artur Pastor


Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que
se diz
E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural —
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema I"
Heterónimo de Fernando Pessoa

2:03 / 10:28 A Água é um mundo fantástico - Filme infantil


Os ditongos a cantar - As canções da Maria


terça-feira, 21 de janeiro de 2020

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Frase da semana..

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Texto da semana..Conta só Contigo


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Encontrarmo-nos diante das coisas liberta o espírito.
Encontrarmo-nos diante dos homens, de dependermos deles, avilta, e tal acontece, quer esta dependência tenha a forma da submissão, quer a da autoridade.
Porquê estes homens entre mim e a natureza?
Nunca ter de contar com um pensamento desconhecido... (porque, nesse caso, somos abandonados ao acaso).
Remédio: fora dos laços fraternos, tratar os homens como um espectáculo e nunca procurar a amizade. Viver no meio dos homens como no vagão de Saint-Etienne a Puy... Sobretudo nunca permitir-se desejar a amizade. Tudo se paga. Conta só contigo.
Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Vencedores do Desafio trimestral de leitura -Dezembro 2019



Estão de parabéns os seguintes alunos que fizeram uma leitura atenta e cuidada das obras propostas pela Biblioteca:

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                                                             Desafios lidos:

Sabela Alborés Leirós  - 5º 3              Espanta pardais

Pedro Silva Moreira - 6º 3 -               Ulisses

Mariana Carvalho Barbosa 7º 1       Bichos

Tatiana Sofia Pereira 8º 2                   A saga

Beatriz  Costa Campos 9º 1               A aia a e a galinha














quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Vencedores do desafio do mês de Dezembro..

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Parabéns aos alunos vencedores:


3º G 

Maria Miranda Afonso


5º 3

Bárbara Costa 

Leonardo Cruz

Marco Teles

Rafael Garrido
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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Cantar dos reis pelos alunos do 1º ciclo...



Os alunos do 1º ciclo cantaram os Reis na biblioteca da  escola sede de Gondifelos .
Desejaram um bom ano e pediram os Reis como manda a tradição.


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Cantar as Janeiras ...


Um Novo Ano..Bom ano..

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Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra. Morte à senilidade idealista e à retórica embalsamada; peste para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em colectividades emocionais; guerra à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.

Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse nos braços a vida, a energia e a paz. Vida o suficientemente despersonalizada no caudal urbano para que os desvios individuais não sejam convite ao eterno controlo e expressão das pessoas; energia para desmascarar o sectarismo da sociedade secularizada em que o estado afectivo é mais forte do que a acção; paz para os homens de boa e de má vontade.

(31 de Dezembro de 1979)

Agustina Bessa-Luís, in 'Caderno de Significados'