Texto da semana...O Desespero do Homem de Acção...Alberto Moravia..a propósito da guerra da Ucrânia com a Rússia..

 

Há uma ligação muito estreita entre a adoração da acção e o uso do homem como meio de atingir fins que não são o homem. Como há uma ligação aproximada entre este desespero e a acção, entre a razão e a acção. A proeminência dos valores da acção sobre os da contemplação indica, sobretudo, que o homem abandonou totalmente a busca duma ideia aprazível do homem e o desejo de o colocar como fim. E que na impossibilidade de agir segundo um fim, ou de agir para ser homem, ele decide agir de qualquer maneira, apenas para agir.
O homem de acção é um desesperado que procura preencher o vazio do seu próprio desespero com actos ligados mecanicamente uns aos outros e compreendidos entre um ponto de início e um ponto de conclusão, ambos gratuitos e convencionais..

Alberto Moravia

Animal Farm..um filme sobre ditaduras e ditadores..todos somos iguais mas uns são mais iguais do que os outros..

 

SEMANA DA LEITURA... FESTA...MAGIA...CULTURA!

 

Durante a Semana da Leitura, de 14 a 18 de março, concentraram-se várias atividades de leitura, escrita, animação, divulgação de livros e autores, através da Feira do Livro, tertúlias literárias sobre a campanha eleitoral do projeto “Miúdos a Votos”, entre outras.

Logo na segunda-feira, animaram-se os placares da Biblioteca com cartazes dos alunos sobre a importância da leitura e apresentação da feira do livro à comunidade escolar.  Os alunos do Clube de Leitura iniciaram a atividade “Oficiais de Leitura”, “multando” os elementos da comunidade com a leitura de excertos literários. A abertura solene ocorreu no auditório da Escola EB2,3, de Ribeirão, que contou com o Sr. Vereador da Educação, Augusto Lima, que nos presenteou com uma leitura de um texto de um filho seu e o Padrinho desta Semana, Pedro Seromenho, que nos encantou com a história do seu último livro. Os alunos apresentaram uma dramatização sobre a leitura e a Diretora do Agrupamento salientou a importância da leitura e da escrita, bem como os projetos que a Escola vai dinamizando.

Na terça-feira, os alunos do 2º ciclo e os alunos do 3º Ciclo participaram em tertúlias literárias, apresentando os livros que apoiam na campanha “Miúdos a Votos”, convencendo os colegas a votar no seu livro, no próximo dia 23 de março.

Na quarta-feira de manhã, os alunos do 1º e do 2º Ciclo participaram no Concurso de Soletração, com empenho e determinação. De tarde, a comunidade foi convidada a experienciar “o prazer de 10 minutos a ler”.

A quinta-feira iniciou com a atividade “Famalicão a Ler”, fazendo-se uma maratona de leitura entre os alunos participantes do concurso de Leitura Expressiva, em Outiz e em Gondifelos. Na sala do 1º ano de Outiz, os alunos leram em coro o livro "Pê de Pai", de Isabel Minhós Martins e iniciaram as requisições dos livros da “Maleta Viajante”, que a Biblioteca colocou à sua disposição. Na Rádio Digital, passou o podcast da leitura do texto “O Relógio”, de José Saramago, pela voz da aluna Miriam Abreu.

  A sexta-feira foi dedicada ao Concurso de Leitura Expressiva dos alunos do 2º e 3º Ciclo, que encheram a Biblioteca com momentos de emoção, viagens pelas palavras e pela imaginação.

Esta Semana da Leitura provou-nos que ler é importante porque enriquece o vocabulário, beneficia o empenho na escola, desenvolve a habilidade da escrita, melhora o foco e a concentração, permite viajar sem sair do lugar, potencializa a memória, é um exercício e uma ferramenta de desenvolvimento crítico e analítico do ser humano. Por isso, continuamentos a celebrar a leitura, os livros, os autores e a literatura.

O CINEMA ESTÁ À TUA ESPERA… NA CASA DAS ARTES...

 

O CINEMA ESTÁ À TUA ESPERA… NA CASA DAS ARTES

 

 No dia 10 de março, os alunos do 3º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Gondifelos deslocaram-se à Casa das Artes, desta vez para participarem no sétimo episódio do Close-up – Observatório de Cinema, evento que se enquadra no projeto “Educar com Cinema”.

À saída da escola, os alunos estavam animados, apesar de haver alguma chuva a complicar a jornada. Já na Casa das Artes, todos entraram expectantes e logo de seguida o programador de cinema responsável pelo Close Up, Vítor Ribeiro, deu as boas vindas aos presentes e fez uma breve apresentação do filme “O Pinóquio», do realizador italiano Matteo Garrone. É um filme que nos traz um marceneiro que sonha em ser pai e deseja que Pinóquio, o boneco que acabou de construir, ganhe vida. O seu pedido é atendido, mas a desobediência de Pinóquio faz com que ele se perca e embarque numa aventura cheia de mistérios e seres fantásticos, que o levará a conhecer de perto os perigos do mundo.

No final da sessão, era patente e comum o sentimento de que havia ali algo para discernir, com o tempo, pensar e descobrir. Regressámos à escola curiosos e bem-dispostos. Sem dúvida que foram momentos de descoberta e convívio e desenvolvemos o gosto pela cultura cinematográfica e pela arte em geral.

 

A equipa da BE

Ida ao teatro: APRENDER E RIR COM … “FALAR VERDADE A MENTIR”..

 

APRENDER E RIR COM … “FALAR VERDADE A MENTIR”

 

 Na tarde do domingo, dia 13 de março, os alunos da turma 8º1 deslocaram-se ao Centro de Estudos Camilianos para assistir à peça de teatro “Falar Verdade a Mentir”, apresentada pela Contacto – Companhia de Teatro Água Corrente de Ovar, no âmbito do XV Festival de Teatro Amador, organizado pela Camara Municipal de V. N. Famalicão e pelo GRUTACA – Grupo de Teatro Amador Camiliano.

O objetivo desta visita prende-se com o facto de estes alunos se encontrarem a preparar uma peça de teatro em francês, no âmbito dos 400 anos de Molière, e necessitarem de experienciar mais de perto o mundo da arte dramática. Os alunos, acompanhados pela Diretora de Turma, Natália Oliveira, pela professora de Francês, Rosa Dias, e por algumas Encarregadas de Educação apreciaram imenso esta comédia de Almeida Garrett e tiveram o ensejo de conhecer o encenador, o diretor de cena, o responsável pelo cenário e montagem, os operadores de som e de luz e a caraterizadora, pois esta Companhia tinha acabado de ser premiada em várias categorias teatrais.

No final, o encenador, Manuel Ramos Costa, disponibilizou-se para responder a algumas questões sobre técnicas de memorização, guarda roupa, maquilhagem, adereços, o “dar alma” à personagem e o gosto pelo teatro.

Ao fim do dia, era notório o sentimento de maior compromisso com a tarefa que têm em mãos e que será apresentada à comunidade no próximo dia 29 de abril. Sem dúvida que foram momentos de descoberta e convívio e desenvolvemos o gosto pela cultura dramática e pela arte em geral.

 

A professora de Francês, Rosa Dias

Porque a guerra nada mais é do que destruição e morte. Faz quase 20 dias que a Ucrânia invadida pela Rússia conhece os horrores da guerra..

 Quando se trata de destruir, todas as ambições se aliam facilmente.

Júlio Verne.

Texto da semana....Quem Quiser Acabar com a Guerra

 

                              Prédio habitacional em KYIV bombardeado ontem dia 14-03-2022

Quem quiser, de facto, acabar com a guerra tem que intervir resolutamente para que o Estado a que pertence renuncie a uma parte da sua soberania a favor de instituições internacionais; deve estar pronto a submeter o próprio Estado, em caso de qualquer conflito, à arbitragem dum Tribunal internacional; tem de intervir com toda a decisão para que todos os Estados procedam ao desarmamento, conforme está previsto até mesmo no desgraçado tratado de Versalhes; nenhum progresso poderá esperar-se se não for suprimida a educação militar e patriótica — no sentido agressivo — do povo.
Nenhum outro acontecimento dos últimos anos foi mais vergonhoso para os Estados actualmente mais considerados, que o malogro das anteriores conferências de desarmamento; pois esse malogro não assenta apenas nas intrigas de estadistas ambiciosos e sem escrúpulos, mas também na indiferença e falta de energia dos homens de todos os países. Se isto não se modificar, destruiremos o que os nossos antepassados criaram de verdadeiramente valioso.

Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'

SEMANA DA LEITURA

 Vem connosco celebrar a Semana da Leitura!

Texto da semana....Não Há Dor Que Justifique a Fuga

A escuridão, as trevas desesperadas, é esse o círculo terrível da vida do dia-a-dia. Por que é que uma pessoa se levanta de manhã, come, bebe e se deita outra vez? A criança, o selvagem, o jovem saudável, o animal não padecem sob a rotina deste círculo de coisas e actividades indiferentes. Aquele a quem os pensamentos não atormentam, alegra-se com o levantar pela manhã e com o comer e o beber, acha que é o suficiente e não quer outra coisa.
Mas quem viu esta naturalidade perder-se, procura no decurso do dia, ansioso e desperto, os momentos da verdadeira vida cujas cintilações o tornam feliz e que apagam a sensação de que o tempo reúne em si todos os pensamentos relativos ao sentido e ao objectivo de tudo. Podem chamar a esses momentos, momentos criadores, porque parece que trazem a sensação de união com o criador, porque se sente tudo como desejado, mesmo que seja obra do acaso. É aquilo a que os místicos chamam união com Deus. Talvez seja a luz muito clara desses momentos que faz parecer tudo tão escuro, talvez a libertadora e maravilhosa leveza desses momentos faça sentir o resto da vida tão pesada, pegajosa e opressiva. Não sei, não aprofundei muito o pensamento e a tirada filosófica. Mas sei que se há bem-aventurança e um paraíso tem de ser uma duração incólume de tais momentos, e se se pode obter esta felicidade pela dor e pela sublimação na dor, não há nenhuma dor que justifique a fuga.

Hermann Hesse, in "Gertrud" (personagem Kuhn)

Imagens da guerra da Ucrânia...

 

Nunca, por Mais..

Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea —
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma,
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem —
Sempre a opressão se infiltra no fundo do meu coração.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa