quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Culture Club - The War Song (HD)...Em tempos em que a mesma paira nas nossas cabeças relembrar que war is stupid...A Guerra como um Erro Incompreensível dos Antepassados..


Tudo leva a crer que os estadistas actuais pretendem, na realidade, o objectivo de estabelecer uma paz duradoura. Mas o aumento incessante do armamento mostra com demasiada clareza que não poderão fazer frente às potências inimigas, que os impelem à preparação da guerra. A meu ver, a salvação só poderá vir da alma dos povos. Terão de se declarar decididamente pelo desarmamento completo, pois enquanto houver exércitos, qualquer conflito mais grave conduzirá à guerra. O pacifismo que não repudiar activamente o armamento dos Estados, é e será sempre impotente.
Que a consciência e o bom-senso dos povos despertem, para que possamos atingir um novo escalão na vida dos povos, do alto da qual a guerra pareça um erro incompreensível dos antepassados    
Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'

                                                             


Ryuichi Sakamoto Life Life..


Ryuichi Sakamoto Life Life from JMX on Vimeo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Músicas de carnaval para os mais pequenos...


 

Texto da semana...Depus a Máscara..

 



Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

CLUBE "OS SUPER LEITORES" CELEBRA DIA DOS AMORES

 



Nas sessões do Clube de Leitura, “os Super Leitores” do 3º e 4º Ano dedicaram-se à leitura de vários livros da Biblioteca que versavam o amor e a amizade para selecionarem a frase que mais os cativou e transcreverem-na para um marcador de livros. De seguida, ilustraram o seu marcador de acordo com a sua inspiração e imaginação.

O professor Abílio Castelo Branco, do Departamento das Expressões, que faz parte da equipa da Biblioteca Escolar, concebeu um marcador de livros onde incluiu os melhores trabalhos dos nossos alunos.

No dia 14 de fevereiro, os alunos oferecem o seu talento e o seu afeto aos colegas, professores e pessoal não docente com quem contactam diariamente.

Parabéns aos “Super Leitores” que, com carinho e ternura, assim imergem na leitura!

        












       

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

O que é o amor.....?


 

Love Will Tear Us Apart (Joy Division)...


 

O amor é uma verdade.. ...14 de fevereiro dia dos namorados...

 



O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Expresso'

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Texto da semana....Ninguém Tem Pena das Pessoas Felizes..





Ninguém tem pena das pessoas felizes. Os Portugueses adoram ter angústias, inseguranças, dúvidas existenciais dilacerantes, porque é isso que funciona na nossa sociedade. As pessoas com problemas são sempre mais interessantes. Nós, os tontos, não temos interesse nenhum porque somos felizes. Somos felizes, somos tontaços, não podemos ter graça nem salvação. Muitos felizardos (a própria palavra tem um soar repelente, rimador de «javardo») vêem-se obrigados a fingir a dor que deveras não sentem, só para poderem «brincar» com os outros meninos.....
E, no entanto, as pessoas felizes também sofrem muito. Sofrem, sobretudo, de «culpa». Se elas estão felizes, rodeadas de pessoas tristes, é lógico que pensem que há ali qualquer coisa que não bate certo. As infelizes acusam sempre os felizes de terem a culpa. É como a polícia que vai à procura de quem roubou as jóias e chega à taberna e prende o meliante com ar mais bem disposto. Em Portugal, se alguém se mostra feliz é logo suspeito de tudo e mais alguma coisa. «Julgas que é por acaso que aquele marmanjo anda tão bem disposto?», diz o espertalhão para outro macambúzio. É normal andar muito em baixo, mas há gato se alguém andar nem que seja só um bocadinho «em cima». Pensam logo que é «em cima» de alguém.
Ser feliz no meio de muita gente infeliz é como ser muito rico no meio de um bairro-de-lata. Só sabe bem a quem for perverso.
Infelizmente, a felicidade não é contagiosa. A alegria, sim, e a boa disposição, talvez, mas a felicidade, jamais. Porque a felicidade não pode ser partilhada, não pode ser explicada, não tem propriamente razão. Não se pode rir em Portugal sem que pensem que se está a rir de alguém ou de qualquer coisa. Um sorriso que se sorria a uma pessoa desconhecida, só para desabafar, é imediatamente mal interpretado. Em Portugal, as pessoas felizes sofrem de ser confundidas com as pessoas contentes.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'