quarta-feira, 19 de abril de 2023

LEITURAS NO JARDIM

A promoção da leitura está bem enraizada no Agrupamento desde a mais tenra idade.

Em consequência do concurso da RBE “Leituras em Família”, fomos contemplados com uma pequena verba que muito ajudou a enriquecer e atualizar o nosso espólio literário.

Cada sala dos dois Jardins de Infância recebeu uma caixa “mágica”, com trinta exemplares cheios de histórias novas e antigas segundo o novo acordo ortográfico para lerem em família. Para entregar as caixas contamos com a colaboração do Martim, que é aluno do 9º ano e gosta de ler e de ajudar.

O Jardim de Gondifelos teve ainda um momento de “Hora do Conto”, com a presença da professora bibliotecária, que muito agradou as crianças. Depois de ouvirem a história do coelhinho, os meninos foram desafiados a colorir um desenho alusivo à quadra da Páscoa.

Continuaremos a proporcionar boas leituras para levar a imaginação ao infinito em mais além…





BALANÇO DO 2º TRIMESTRE

 

segunda-feira, 17 de abril de 2023

25 de abril - poemas sobre a liberdade..



 
          

        1-      Não hei-de morrer sem saber

               qual a cor da liberdade.

               Eu não posso senão ser

               desta terra em que nasci.

               Embora ao mundo pertença

               e sempre a verdade vença,

               qual será ser livre aqui,

               não hei-de morrer sem saber.

               Trocaram tudo em maldade,

               é quase um crime viver.

               Mas, embora escondam tudo

               e me queiram cego e mudo,

               não hei-de morrer sem saber

               qual a cor da liberdade.

 

Jorge de Sena   




 2 -Vejam bem


Que não há só gaivotas em terra

Quando um homem se põe a pensar

Quando um homem se põe a pensar

 

Quem lá vem

Dorme à noite ao relento na areia

Dorme à noite ao relento no mar

Dorme à noite ao relento no mar

 

E se houver

Uma praça de gente madura

E uma estátua

E uma estátua de febre a arder

 

Anda alguém

Pela noite de breu à procura

E não há quem lhe queira valer

E não há quem lhe queira valer

 

Vejam bem

Aquele homem a fraca figura

Desbravando os caminhos do pão

Desbravando os caminhos do pão

 

E se houver

Uma praça de gente madura

Ninguém vem levantá-lo do chão

Ninguém vem levantá-lo do chão

 

Vejam bem

Que não há só gaivotas em terra

Quando um homem

Quando um homem se põe a pensar

 

Quem lá vem

Dorme à noite ao relento na areia

Dorme à noite ao relento no mar

Dorme à noite ao relento no mar

 

José Afonso

          








 3 -País de Abril é o sítio do poema.
Não fica nos terraços da saudade
não fica nas longas terras. Fica exatamente aqui
tão perto que parece longe.

Tem pinheiros e mar tem rios
tem muita gente e muita solidão
dias de festa que são dias tristes às avessas
é rua e sonho é dolorosa intimidade.

Não procurem nos livros que não vem nos livros
País de Abril fica no ventre das manhãs
fica na mágoa de o sabermos tão presente
que nos torna doentes sua ausência.

País de Abril é muito mais que pura geografia
é muito mais que estradas pontes monumentos
viaja-se por dentro e tem caminhos veias
- os carris infinitos dos comboios da vida.

País de Abril é uma saudade de vindima
é terra e sonho e melodia de ser terra e sonho
território de fruta no pomar das veias
onde operários erguem as cidades do poema.

Não procurem na História que não vem na História.
País de Abril fica no sol interior das uvas
fica à distância de um só gesto os ventos dizem
que basta apenas estender a mão.

País de Abril tem gente que não sabe ler
os avisos secretos do poema.
Por isso é que o poema aprende a voz dos ventos
para falar aos homens do País de Abril.

Mais aprende que o mundo é do tamanho
que os homens queiram que o mundo tenha:
o tamanho que os ventos dão aos homens
quando sopram à noite no País de Abril.

                                                                                 Manuel Alegre





4 - Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.   

Miguel Torga, 



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25 de Abril para os mais pequenos-49 anos de democracia..