quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Música da semana..Manic Street Preachers - If You Tolerate This Your Children Will Be Next.


 

Texto da semana...O Engraxanço e o Culambismo Português..M.E.C

 




Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objetivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respetivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma atividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.

Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.

(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Texto da semana...Se Queres Ser Feliz Abdica da Inteligência

 




Os tolos são felizes; eu se fosse casado eliminava os tolos da minha casa. Cada cidadão, que me fosse apresentado, não poderia sê-lo, sem exibir o diploma de sócio da academia real das ciências. Olha, criança, decora estas duas verdades que o Balzac não menciona na «Fisiologia do Casamento». Um erudito, ao pé da tua mulher, fala-lhe na civilização grega, na decadência do império romano, em economia politica, em direito publico, e até em química aplicada ao extracto do espírito de rosas. Confessa que tudo isto o maior mal que pode fazer à tua mulher é adormecê-la. O tolo não é assim. Como ignora e desdenha a ciência, dispara à queima roupa na tua pobre mulher quantos galanteios importou de Paris, que são originais em Portugal, porque são ditos num idioma que não é francês nem português.

Tua mulher, se tem a infelicidade de não ter em ti um marido doce e meigo, começa a comparar-te com o tolo, que a lisonjeia, e acha que o tolo tem muito juízo. Concedido juízo ao tolo, concede-se-lhe razão; concedida a razão, concede-se-lhe tudo. Ora aí tens porque eu antes queria ao pé de minha mulher o padre José Agostinho de Macedo, em cuecas, do que o barão de Sá coberto com a capa daquele grande piegas José do Egipto.

Ris-te?... Se queres ser feliz abdica da inteligência, convence-te, e convence os outras de que és um pária do senso commum, entra nesses camarotes, e diz que a letra do «Barbeiro de Sevilha» é de Voltaire, e a composição do maestro Spinosa; vira-te para a vítima predestinada, e diz-lhe que a música é a voz mística dos anjos confidentes das paixões delirantes, que dos olhos dela deviam partir as inspirações que arrebataram Raphael d'Urbino, que farás autor da «Norma». Se ouvires uma gargalhada insofrida, deixa-os rir; continua; faz-te vítima interessante, acolhe-te à piedade da dama, e fala-me depois...

Camilo Castelo Branco, in 'Mistérios de Lisboa (1853)'

A ler .....Antigamente, ser filho significava agradecer aos pais a vida que lhe tinham dado. Hoje, vemos adolescentes a dizer aos pais, ou pior, à mãe




"Antigamente, ser filho significava agradecer aos pais a vida que lhe tinham dado. Hoje, vemos adolescentes a dizer aos pais, ou pior, à mãe: ‘Aguenta-me. Eu não pedi para nascer". A entrevista com Javier Urra, psicólogo e autor de O Pequeno Ditador Cresceu

https://visao.pt/atualidade/sociedade/2016-02-12-filhos-ditadores-foste-tu-que-me-pariste-agora-aguenta-me/

Homem, de sorriso simpático, sentado à nossa frente num hotel da baixa lisboeta, é dono de um currículo que (quase) dispensa apresentações: doutorado em Psicologia e Ciências da Saúde, foi o primeiro provedor de Menores em Espanha e o primeiro presidente da Rede Europeia de Provedores de Menores. Em 2006, Javier Urra lançou O Pequeno Ditador. O livro foi um êxito de vendas: 200 mil exemplares entre Espanha, Portugal e Argentina. No entretanto, fundou um centro (RecUrra), a poucos quilómetros de Madrid, onde recebe pais e filhos em conflito. Dez anos e vários livros depois, volta para apresentar O Pequeno Ditador Cresceu. E sublinhar a ideia de que a tirania dos filhos se combate aqui e agora e que de nada vale enfiar a cabeça na areia. “Dê-se-lhes”, salienta o espanhol, “critério, coerência, capacidade de amar, de sancionar, de dizer ‘aqui e agora não’. De dar o exemplo: ‘Se eu não faço, tu também não.’ Se a criança não encontra coerência, sente-se a vaguear e fica perdida. Já não sabe onde está”.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

CRIATIVIDADE SEM FIM NA COMEMORÇÃO DE SÃO VALENTIM

 


O dia 14 de fevereiro, é um dia especial, que celebra o amor em relações afetivas, de forma lúdica e criativa.

No AEG proporcionou-se o momento de expressar talentos artísticos e em consequência desabrocharam os espíritos românticos e foram escritas e expostas mensagens de  amor, amizade e esperança





Foram lidos livros sobre a temática dos afetos aos alunos e registadas em fotografias amizades que se pretendem vividas com verdade!

A Biblioteca proporcionou um momento de escrita criativa, desafiando os visitantes a escrever mensagens de amor e amizade e envolvendo a comunidade escolar.

Duas alunas de 7º ano desenvolveram o seu PARA (Plano de Autonomia e Responsabilidade do Aluno) envolvendo os Diretores de Turma e incitando os colegas a escrever cartas de amor para o "Correio de São Valentim". 



No dia de S. Valentim, distribuíram as cartas e bilhetes de amor e amizade anónimos, deixados na caixa postal durante a semana. 

As reações de contentamento, curiosidade e alegria durante a leitura animaram muitos corações durante este afetuoso dia.



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

CIDADANIA DIGITAL COM O PROGRAMA SUPER SEACHERS - PORTUGAL

 


     Cumprindo o papel essencial que a biblioteca escolar desempenha na melhoria da prática educativa e na integração transdisciplinar em projetos pedagógicos, procedeu à apresentação do programa de formação
Super Searchers, Portugal, validado por Tito de Morais & Cristiane Miranda, aos alunos do 8º ano, em articulação com a disciplina de TIC/Projetos.

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Este programa de promoção da literacia mediática pretende dotar os alunos de competências para interagirem de forma mais crítica com as informações apresentadas online e para se tornarem mais eficientes em tarefas de pesquisa. Versou conteúdos transversais a todas as disciplinas, nomeadamente conhecer todos os detalhes sobre a pesquisa online no mundo da IA, analisar as práticas recomendadas para otimizar as suas capacidades de pesquisa, bem como o futuro das ferramentas e aptidões de literacia de informação na era da IA generativa.

 Os alunos foram desafiados a participar num questionário que põe à prova os seus poderes de pesquisa, antes e depois da formação.

A adesão e interesse dos alunos foram francamente positivos e abriu-lhes novo horizontes para debaterem a temática do impacto das redes sociais na vida dos jovens e promovendo o uso consciente e responsável dessas plataformas, preconizado pelo Parlamento dos Jovens.

Estamos certos que o programa Super Searchers, Portugal constitui mais um momento enriquecedor de reflexão e sensibilização para uma cidadania digital responsável.



HISTÓRIA COM CHEIRINHO A PÃO




A promoção da leitura assume-se como estratégia central da Biblioteca Escolar, através de ações formais e não formais inscritas no seu plano de atividades. 

Por conseguinte, os alunos do Pré-Escolar e do Primeiro Ciclo, durante os dias 10 e 11 deste mês de fevereiro, tiveram a oportunidade de conhecer uma novidade literária intitulada “Padaria”, bem como a sua autoria e ilustradora, Isabel Pinto, que lhes contou a história, de forma dramatizada, com muita emoção, dando ênfase à utilização das mãos.


Ao longo da história, os alunos foram levados a compreender uma parte do ciclo do pão, do sistema digestivo, do trabalho do padeiro, bem como de outras profissões e profissionais.

Os alunos estiveram muito atentos, colaboraram nas dinâmicas da história e colocaram questões à escritora, que prontamente os esclareceu.

No final da história, houve sessão de autógrafos e dedicatórias.


Os alunos do 1º Out desenharam a parte da história que mais gostaram e partilharam com os colegas e a Biblioteca.






quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Sugestão de cinema: Ainda estou aqui


 

Texto da semana: O Paradoxo da Verdade



O homem deseja e odeia a verdade. Quer mentir aos outros - quer que o enganem (prefere a ficção à realidade), mas por outro lado receia o engano, quer o fundo das coisas, o verdadeiro verdadeiro, etc.
Somente a razão conduz à verdade. Mas só os fanáticos, os visionários e os iluminados fazem as coisas grandiosas, mudanças, descobertas. A verdade, de tanto se tornar necessária, conduz à secura, à dúvida, à inércia - à morte.
É muito natual que os homens odeiem aqueles que dizem ou tentam dizer a verdade. A verdade é triste (dizia Renan) - mas, com maior frequência, é horrível, temível, anti-social. Destrói as ilusões, os afectos. Os homens defendem-se como podem. Isto é, defendem a sua pequena vida, apenas suportável à força de compromissos, de embustes, de ficções, etc. Não querem sofrer, não querem ser heróis. Rejeição do heroísmo-mentira.

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

O AEG NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR

 

com mais Amor e Paz

    O AEG assinalou o Dia Escolar da Não Violência e da Paz com diversas atividades envolvendo os professores, alunos e várias estruturas internas como o Desporto Escolar, o Clube da Ética, a Biblioteca Escolar, o Clube de Coolaboradores, o 1º Ciclo, entre outros.

     Houve cartazes, exposições de trabalhos, mostra de livros, oficina de escrita criativa, declamação de poesia - da autoria de alunos -, uso de uma peça de roupa branca, corrida de estafetas com um ramo de oliveira, bem como momentos de música e dança, durante o intervalo da manhã.


Todos os envolvidos merecem os parabéns pelo empenho demonstrado nesta comemoração, atualmente tão pertinente, nas circunstâncias que o mundo enfrenta. 


Seleção de livros e mensagens de Paz