quarta-feira, 19 de março de 2025

Mensagem no Bicentenário de Camilo Castelo Branco

 




Queridos leitores, almas que ainda se deixam embalar pelas veredas da palavra escrita,

Duas centúrias separam-nos, e contudo, aqui permaneço — não em carne, mas na ténue imortalidade que a tinta concede aos sonhadores. Nasci sob o signo da paixão e da desventura, e foi nelas que encontrei os fios para tecer histórias que o tempo, caprichoso, não ousou apagar.

Lembrai-vos: escrevi com o fogo do desespero e a melancolia das horas vagarosas. De Amor de Perdição às Novelas do Minho, cada página foi um suspiro roubado ao destino. A cegueira? Uma vela que se apagou, mas que me fez enxergar, mais claro, os abismos da alma humana. A cela em São Miguel de Refojos? Uma pausa forçada para ouvir o eco das minhas próprias palavras.

Hoje, ao voltar-me para trás, vejo que a verdadeira eternidade não está nos mármores dos túmulos, mas nos livros que respiram nas mãos dos vivos. Que alegria saber que, dois séculos depois, ainda conversais com as minhas personagens — aquelas criaturas de luz e sombra que vos fazem rir, chorar e, sobretudo, sentir.

Às novas gerações, deixo um desafio: escrevei sem medo da imperfeição. A vida é breve, a arte é longa, e só a coragem de amar e sofrer nos torna imortais.

Com a gratidão de quem descobriu, tarde demais, que as palavras são a única pátria sem fronteiras,

Camilo Castelo Branco
(na voz que o tempo não calou)


Produzida por IA

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