quarta-feira, 6 de maio de 2015

Momento de poesia....Jornal, longe..



















Que faremos destes jornais, com telegramas, notícias, 
anúncios, fotografias, opiniões...? 

Caem as folhas secas sobre os longos relatos de guerra: 
e o sol empalidece suas letras infinitas. 

Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens? 
Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o céu. 

De dia, lemos na flor que nasce e na abelha que voa; 
de noite, nas grandes estrelas, e no aroma do campo serenado. 

Aqui, toda a vizinhança proclama convicta: 
"Os jornais servem para fazer embrulhos". 

E é uma das raras vezes em que todos estão de acordo. 

Cecília Meireles, in 'Mar Absoluto

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